terça-feira, 17 de agosto de 2010

Um pouco de poesia

Hoje eu olhei para os meus livros no escritório e bati o olho no Estrela da Vida Inteira, de Manuel Bandeira.
Livro: ESTRELA DA VIDA INTEIRA
Lembrei-me da primeira vez que li um poema dele: foi num livro didático, na 4ª série. O poema era esse:

O bicho

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.


Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.


O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.


O bicho, meu Deus, era um homem.

Lembro-me que fiquei chocada. Lembro-me também do professor Roberto, lendo-o, com sua voz grave e forte... a entonação em cada estrofe... ficava imaginando a cena. E esse poema ficou marcado na minha cabeça. 
Depois ainda conheci outros versos de Bandeira, mas estes ficaram marcados pela sensação que me causou... como diria um professor da faculdade: "Causou estranhamento!"
Acabei de lembrar de outros versos, que também conheci através dos livros didáticos da época da escola:

Pardalzinho

O pardalzinho nasceu
Livre. Quebraram-lhe a asa.
Sacha lhe deu uma casa,
Água, comida e carinhos.
Foram cuidados em vão:
A casa era uma prisão,
O pardalzinho morreu.
O corpo Sacha enterrou
No jardim; a alma, essa voou
Para o céu dos passarinhos!


Apesar de ter estudado em uma escola pública, usando aqueles livros "rotativos" (um aluno usava durante o ano e no seguinte repassava para outro aluno), tive a oportunidade de conhecer Bandeira. E naquele ano, na 4ª série, uma semente foi plantada em mim. Anos depois, aquela semente foi responsável por uma escolha que fiz e que é para a vida inteira: optar pelo curso de letras, na faculdade.
Já na faculdade, me deparei com estes versos:

Antologia

A vida não vale a pena e a dor de ser vivida.
Os corpos se entendem mas as almas não.
A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

Vou-me embora pra Passárgada!
Aqui não soi feliz.
Quero esquecer tudo:
- A dor de ser homem...
Este anseio infinito e vão
De possuir o que me possui.

Quero descansar
Humildemente pensando na vida e nas mulheres que amei...
Na vida inteiraue podia ter sido e que não foi.

Quero descansar.
Morrer.
Morrer de corpo e alma.
Completamente.
(Todas as manhãs o aeroporto em frente me dá lições de partir)

Quando a Indesejada das gentes chegar
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.

Este poema está na contracapa do Estrela da Vida Inteira e tem um título bem apropriado: Antologia. Cada estrofe é retirada de outro poema de Bandeira, virando um mosaico com novo sentido. Um dos meus poemas preferidos!
Deixo para vocês a tarefa de identificar em quais poemas os versos estão presentes. Topam?

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Mudar - tentar ser mais feliz!

Olá pessoal,

Depois de um período deprê total, comecei a racionalizar algumas coisas da minha vida e acho que preciso "chutar o balde" e me dar a oportunidade ficar feliz com coisas simples da vida.
Na quinta-feira passada jantei uma pizza bacana com as minhas queridas amigas da época da pós-graduação: a Alê, a Rafa e a Téa. Foi super divertido, botamos a fofoca em dia e a Alê aproveitou o encontrinho para entregar os convites de casamento dela. Lindão, aliás! A festa está marcada para setembro!
Não sei se já contei, mas às vezes me aventuro como atriz aqui no trabalho. Sempre que tem uma oportunidade, lá estou eu em cima do palco, sempre na companhia do meu querido Marcello, que é ator profissional e sempre traz os textos que encenamos. Agora em setembro a USP promove a Semana de Arte e Cultura, onde funcionários e alunos podem expor seus talentos. Para este ano, escrevi um texto e chamei o Marcello para atuar e dirigir. Na semana que passou, fizemos um "brainstorm". Morri de rir! Foi super divertido, mudamos umas coisas no texto, tivemos algumas idéias para o cenário! Adorei!
No final de semana me permiti dormir até mais tarde e fiquei um bom tempo com as minhas gatosas! Elas me deixam tão feliz!
Estou precisando de uma postura mais positiva na minha vida! Rir mais, conversar mais, estar mais com meus amigos!
Para ilustrar, segue um vídeo das minhas lindonas:


Beijos!


PS: Para boas risadas, recomendo: www.galofrito.com.br - me rachei de rir com a Pathy que te pariu! Também recomendo os vídeos do Hermes e Renato que estão a disposição no www.youtube.com. Para os mais conservadores: Pica-Pau!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Depois da terapia

Oi pessoal,

Tive uma semana difícil: fiquei com infecção urinária e ainda descobri que estou com uma ferida no colo do útero. Sabe aquela sensação que tudo acontece com você? Então, estou me sentindo assim.
Ontem fui ao terapeuta e conversamos sobre a minha dificuldade em dizer não, em me assumir e valorizar as minhas vontades e o meu ponto de vista. Percebi que criei uma personagem (que o Dr. Rômulo chama de Elvira, meu segundo nome) que quer ser sempre a certinha e que não gosta de desagradar ninguém. Só que agora a Elvira está me atrapalhando... me censura, me faz engolir seco certas situações e isso tudo gera a minha coceira, a minha ansiedade e irritação.
Segundo o Dr. Rômulo, criei a Elvira para me proteger/fugir de situações que eram complicadas para mim, principalmente na minha infância e adolescência. Hoje a Marcela quer aparecer, se assumir, mas a Elvira não deixa. O Doutor me disse que preciso tentar não ouvir esse meu lado censurador, deixar de engolir "sapos" e priorizar os meus sentimentos e vontades. Só assim eu vou deixar de me coçar, de me martirizar.
Mas sabe que isso é difícil? A Elvira faz parte do meu eu e sem ela me sinto perdida. Assim, fiz um acordo comigo mesma: quero mudar de atitude diante de algumas situações. Quero ser prioridade para mim mesma.
Papo de maluco, né?

Beijos!

PS1: Pode parecer, mas eu não sou esquizóide nem tenho dupla personalidade. Dividir meus sentimentos foi uma forma de análise.
PS2: Mudando de Pato para Ganso: gostei de ver a seleção brasileira jogar ontem! :) Tinha uma pitada de Santos...

domingo, 8 de agosto de 2010

Um pouco de tudo hoje!

Olá pessoal,

Hoje foi um dia estranho... tomei banho pela manhã e ao me olhar no espelho eu me odiei! Por quê? O meu corpo está horrível, cheio de marcas, por causa da minha mania de coçar. Estou SEIS quilos mais gorda, por causa da minha gula! Estou feia! E sabe o que é pior: eu mesma sou a culpada por tudo isso. Eu não consigo deixar de me coçar. Fico enchendo a cara de chocolates e mais e mais tranqueiras...
Estou triste. A imagem que vi no espelho hoje não é a que eu via há algum tempo atrás. Porque eu não consegui me controlar? Porque eu tenho que passar por isso? Ai que droga de cérebro, que comanda esse corpo, que me deixa assim.
Hoje eu não queria ser eu. Hoje o meu eu está de saco cheio de tudo. De ter que assumir papéis sociais, de suportar certas coisas, de não dizer não e sempre amém a tudo e a todos.
Quero o meu corpo de volta... quero de volta o meu bom humor.
Desabafo aqui. E mesmo assim não consegui colocar tudo que sinto.
E os psicotrópicos não estão ajudando, nem os cremes, nem o monte de remédios que estou tomando!
Que droga!
O que eu fiz de errado até agora?